Também chamado de Bardo Thodöl, cujo significado é
“Libertação pela audição no plano pós-morte”. Trata-se de um texto tibetano
muito antigo cuja mensagem era oculta ao público em geral, sendo apenas
transmitida de mestre a discípulo ao longo do tempo. Porém, por algum motivo
desconhecido ou não especificado, seu conteúdo passou a ser aberto e qualquer
pessoa poderia ter acesso.
Ninguém sabe ao certo há quantos séculos o Livro Tibetano
dos Mortos foi escrito.
Não existem registros de sua origem, por tratar-se de
uma tradição secreta e oral, passada de boca a ouvido ao longo do tempo. No
entanto, acredita-se que o texto remonte a VIII d.C., na época do grande mestre
tibetano Padma Shambava.
O Livro Tibetano dos Mortos afirma, não apenas que existe
vida após a morte, mas que é possível morrer de forma consciente e de um modo
que seja proveitoso para o despertar espiritual. O livro é geralmente lido em
voz alta a uma pessoa que está bem próxima da morte e continua a ser recitado
mesmo após a passagem do indivíduo. Isso é uma indicação de que os tibetanos
acreditavam que, mesmo após a morte, a pessoa permanecia de alguma forma
mantendo contato com o local onde morreu (ao menos por algum tempo) e
assimilava aquilo que era proclamado com a leitura do livro. Dessa forma, uma
pessoa que passa pela transição entre a vida e a morte com conhecimento de
causa e sabendo com profundidade o que acontece “do outro lado da vida” pode
aproveitar essas informações e saber como se conduzir nos diferentes estados e
planos de consciência do pós-morte. Nesse sentido, o Livro Egípcio dos Mortos
possui a mesma intenção: ajudar o moribundo no passamento do limiar da morte e
ser um guia para esse momento de suma importância na vida da alma.
O Livro Tibetano dos Mortos foi trazido ao ocidente pelo Dr.
graduado em Oxford T. W. Evans-Wentz, que escreveu um livro no início do século
XX (1927) traduzindo e explicando o Livro Tibetano dos Mortos. Carl Jung
escreveu um prefácio de uma das edições do livro analisando seu conteúdo do
ponto de vista psicológico. Jung declarou ter sido um leitor assíduo do livro e
que devia a ele muitas ideias fundamentais. Jung escreveu que “todo leitor
sério forçosamente irá perguntar-se se estes antigos e sábios lamas, afinal de
contas, não poderiam ter vislumbrado a quarta dimensão, arrancando assim o véu
dos maiores mistérios da vida.” Jung ressalta ainda que por se tratar de um
livro aberto hoje em dia, isso não significa que todos consigam compreendê-lo
em sua essência. Assim, se tornou aberto para o público, mas continua “fechado”
ao entendimento de muitos.
O livro insiste que a pessoa deve focalizar a Luz Clara e não se
abalar com tudo o que lhe vier de percepções aparentes. A única verdade é a Luz
Clara, uma manifestação do vazio de formas e substâncias, mas plena de vida.
Concentrando-se na Luz e deixando de lado todo o resto, o morto poderá atingir
o universal, a iluminação. Caso não tenha sucesso, a alma cairá novamente no
mundo fenomênico e retornará ao ciclo dos renascimentos.
Como o conteúdo da mente projetado no espaço e tornado
visível à pessoa depende de suas crenças e criações mentais, cada pessoa verá
uma coisa diferente. As imagens descritas no livro são adaptadas à cultura
tibetana, que possui uma visão específica do que ocorrerá após a morte. Por
isso, os autores do texto consideram que o tibetano terá certas visões, que são
típicas dos costumes religiosos do povo. Mas o que está descrito pode variar de
pessoa para pessoa, de cultura para cultura, dependendo das expectativas dos
recém-desencarnados. Dessa forma, os cristãos ortodoxos poderão ter visões
sobre o purgatório, o inferno ou mesmo o paraíso. Tudo isso varia com as
crenças, pensamentos, sentimentos e expectativas de cada um.
O Livro Tibetano dos Mortos também possui um documentário
que explora seus antigos ensinamentos. A série foi filmada em um período de
quatro meses nos cenários do Himalaia, onde o texto original segue exercendo
influência sobre a maneira em que os homens vêem a vida e a morte.
Assista o vídeo completo do documentário:
FONTES: Texto- Despertar coletivo E vídeo - Youtube
ONDE COMPRAR: SARAIVA
LIVRO EM PDF: O livro Tibetano dos Mortos